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terça-feira, 12 de abril de 2011

NOSSA EXPOSIÇÃO NO MÊS DE ABRIL

Nosso mural interno
Nossa biblioteca no mês de abril
Exposição de livros de Monteiro Lobato, Miguel de Cervantes e William Schakespeare

OBRA TRADUZIDA DE MONTEIRO LOBATO

Obra traduzida
Editorial Cervantes, Barcelona, 1923 (clique para ampliar)Editorial Americalee, Buenos Aires, 1946 (clique para ampliar)Eclettica Editrice, 1945 (clique para ampliar)
Haldeman-Julius, Kansas, EUA, 1925 (clique para ampliar)
O livro verde, São Paulo, 1932 (clique para ampliar)
Las doce hazañas de Hercules, capa J.U.Campos - Buenos Aires, Acteon, 1946 (clique para ampliar)A obra de Monteiro Lobato foi traduzida para vários idiomas. Na Argentina, a editora Editorial Americalee SRL publicou uma edição ilustrada da obra infantil de Lobato com a seguinte observação: "Os livros de Monteiro Lobato merecem ser recomendados para leitura nas escolas e no lar. Constituem a melhor e mais proveitosa biblioteca para a infância pré escolar e escolar de nossos tempos, sem a pesada e estranha miscelânea de lendas e tradições de ambientes e tempos remotos que pouco significam para as crianças da América. Em troca contêm muito daquilo que os povos americanos herdaram e elaboraram na sua própria medida e no seu cenário geográfico".

Os livros ganharam os seguintes título em espanhol:
Travesuras de Naricit
Nuevas travesuras de Naricita
Viaje al cielo
El genio del bosque
Las cacerias de Perucho
Aventuras de Hans Staden
Historia del mundo para los niños
Peter Pan, el niño que no quiso crecer
El país de la gramatica
La aritmética de Emilia
Geografia para los niños
História de las invenciones
El Quijote de los niños
El Benteveo Amarillo
El Minotauro
La llave del tamaño
La reforma de la neturaleza y El espanto de las gentes
Las viejas fabulas
Memoras de Emilia
El pozo del Visconde
Las lecciones de doña Benita
Cuentos de Tia Anastasia

TRADUÇÕES E ADAPTAÇÕES DE MONTEIRO LOBATO

Traduções e adaptações
Além de escrever livros para crianças e adultos – e de adaptar Grimm, Andersen e Lewis Carroll, entre outros – Monteiro Lobato traduziu títulos importantes, contribuindo para colocar o leitor brasileiro em dia com o que se editava no plano internacional. Da História da Filosofia, de Will Durand, e Memórias, de André Maurois, a Minha vida e minha obra, de Henry Ford, e Por quem os sinos dobram, de Ernest Hemingway, Lobato lançou aqui inúmeros autores. Mas ele não se contentava apenas em verter os textos de uma língua para outra. Procurava também torna-los claros e mais fáceis de ler, num processo que chamava de ordenação literária. “O tradutor é um escafandrista”, dizia. “Mergulha na obra como num mar, impregna-se do estilo do autor e lentamente o vai moldando no barro de outro idioma”. Crepúsculo dos ídolos e Anticristo, de Friedrich Nietzche, ainda em 1906, Robinson Crusoé, Mowgli, o menino lobo, Aventuras de Tom Sawyer, Pollyana, Moby Dick, Tarzan, o terrível e O homem invisível, entre outros títulos, demonstram a diversidade de sua atividade de tradutor e adaptador.
F. Nietzsche, 1906 (clique para ampliar) D. Defoe, 1931 (clique para ampliar) L. Carroll, 1931 (clique para ampliar) H. G. Wells, 1934 (clique para ampliar)
J. London, 1934 (clique para ampliar) E. H. Porter, 1934 (clique para ampliar) M. Twain, 1934 (clique para ampliar) E. R. Burroughs, 1935 (clique para ampliar)
Grimm, 1936 (clique para ampliar) R. Kipling, 1941 (clique para ampliar) E. Hemingway, 1941 (clique para ampliar)

LITERATURA GERAL DE MONTEIRO LOBATO

Literatura geral
Lançamento posteriores da obra adulta pela Editora Brasiliense
Outros Títulos
  • O Saci-Pererê: resultado de um inquérito
    (sem indicação de autor). São Paulo, Seção de Obras de O Estado de S. Paulo, 1918.
  • A menina do narizinho arrebitado.
    (1920) Edição fac-similar. São Paulo, Metal Leve, 1982.
  • La nueva Argentina
    (sob pseudônimo de Miguel P. Garcia). Buenos Aires, Editorial Acteon, 1947.
  • Zé Brasil.
    s.l., Ed. Vitória, 1947; Calvino Filho, ilustrado por Portinari, 1948.
  • Georgismo e comunismo – O imposto único.
    São Paulo, Brasiliense, 1948.
Este livro de contos, considerado por muitos a obra-prima de Monteiro Lobato, tornou-se um clássico da literatura brasileira. É um fenômeno sem precedentes que provoca um terremoto literário, outro sociológico e outro político. A primeira edição, lançada em 1918, foi toda ilustrada pelo próprio Lobato. Junto com Saci, constitui a primeira experiência e também o primeiro êxito editorial de Lobato, financiada com recursos próprios. A terceira edição, em 1919, esgotou-se rapidamente, devido a uma longa referência ao Jeca Tatu, personagem central do livro, feita por Rui Barbosa, o que ensejou uma quarta edição. Lobato brinca com o idioma, adota o vocabulário doméstico do interior de São Paulo, cria palavras novas - como, por exemplo, "matracolejando gargalhadas" - muitas das quais estão hoje nos dicionários. São vários contos, retratando aspectos da realidade brasileira nos quais denuncia, numa linguagem vigorosa, o drama da exclusão social, que ainda persiste no Brasil pós-Lobato. "Velha Praga" é uma reportagem sobre os grandes incêndios - as queimadas - que produzem estragos na lavoura e na economia do País comparáveis aos de uma grande guerra. Buscando culpa, refere-se ao nosso caboclo como "funesto parasita da terra... inadaptável à civilização". Em Urupês, ele contrapõe aos heróis da literatura indigenista o caboclo, o pobre Jeca, indiferente ao desenvolvimento do País. O livro provocou muita polêmica. Lobato mais tarde reconheceu que o retrato do caboclo era injusto, que a culpa não era do Jeca, mas sim daqueles responsáveis pela sua miséria e abandono.
Conteúdo:
Os faroleiros - O engraçado arrependido - A colcha de retalhos - A vingança da peroba - Um suplício moderno - Meu conto de Maupassant - Pollice verso - Bucólica - O mata-pau - Boca torta - O comprador de fazendas - O estigma - Velha Praga - Urupês

Foi publicado originalmente em 1919, numa edição da Revista do Brasil. Reúne os primeiros escritos de Lobato, ainda estudante em Taubaté, e contos que escreveu antes de viajar para ocupar um posto no Consulado brasileiro, em Nova Iorque. Mostra o Brasil de duas épocas porém com os mesmos problemas, país onde os políticos não têm a menor preocupação social. Nos contos transparece a transição da agricultura brasileira provocada pela grande crise do café, ocorrida em 1929. É um retrato bem nítido do que era São Paulo nos anos 20.
Conteúdo:
Cidades mortas - A vida em Oblivion - Os perturbadores do silêncio - Vidinha ociosa - Cavalinhos - Noite de São João - O pito do reverendo - Pedro Pichorra - Cabelos compridos - O resto de onça - Porque Lopes se casou - Júri na roça - Gens ennuyeux - O fígado indiscreto - O plágio - O romance do chopim - O luzeiro agrícola - A cruz de ouro - De como quebrei a cabeça à mulher do Melo - O espião alemão - Café! Café! - Toque outra - Um homem de consciência - Anta que berra - O avô do Crispim - Era no Paraíso - Um homem honesto - O rapto - A nuvem de gafanhotos - Tragédia dum capão de pintos

Muitos acreditam que neste livro estão os melhores contos escritos por Lobato. Sem dúvida são os mais emotivos e que mais agradaram ao público. Alguns contos foram escritos antes de sua viagem aos Estados Unidos, outros depois do retorno. O livro contém verdadeiras preciosidades no tratamento do idioma e os personagens são mais urbanos e mundanos que os dos livros anteriores. Há, de fato, contos primorosos que honram a literatura brasileira, como, por exemplo "A facada imortal".
Conteúdo - A primeira edição de Negrinha continha os seguintes contos:
Negrinha - Fitas da vida - O drama da geada - O bugio moqueado - O jardineiro Timóteo - O colocador de pronomes. Edições posteriores incluem: O fisco - Os negros - Barba Azul - Uma história de mil anos - Os pequeninos - A facada imortal - A policitemia de Dona Lindoca - Duas cavalgaduras - O bom marido - Marabá - Fatia de vida - A morte do Camicego - Quero ajudar o Brasil - Sete grande - Dona Expedita - Herdeiro de si mesmo

No prefácio à primeira edição da Revista do Brasil, em 1919, provavelmente redigido pelo próprio Lobato, afirma-se que "uma idéia central unifica a maioria destes artigos" .... Essa idéia é um grito de guerra em prol da nossa personalidade. Contém o artigo "Paranóia ou mistificação?", uma crítica aos modernistas, diretamente a Anita Malfatti, que provocou polêmica e a ira dos amigos da pintora.
Ele não admitia que aqui se copiasse o que se produzia na Europa. Queria que o "vigoroso talento" de Anita produzisse coisas mais nossas. Anota o editor que nas numerosas páginas deste volume a terra aparece em suas ominadas expressões - o interior, a roça, a gente da roça, os costumes e comidas da roça. ... Em Idéias de Jeca Tatu, "Monteiro Lobato aparece em mangas de camisa, integralmente ele próprio no pensamento e no modo de expressá-lo - vivo, alegre, brincalhão e com a ironia às vezes levada até à crueldade".
Escritos:
A caricatura no Brasil - A criação do estilo - A questão do estilo - Ainda o estilo - Estética oficial - A paisagem brasileira - Paranóia ou mistificação? - Pedro Américo - Almeida Júnior - A poesia de Ricardo Gonçalves - A hosteofagia - Como se formam as lendas - A estátua do Patriarca - Sara, a eterna - Curioso caso de materialização - Rondônia - Amor Imortal - O saci - Arte francesa de exportação - A mata virgem, Mr. Deibler e Zago - Em nome do silêncio - Royal-street-flush arquitetônico - As quatro asneiras de Brecheret - Arte brasileira - Antonio Parreiras - Um romancista argentino - Um grande artista - Os sertões de Mato Grosso - O Vale do Paraíba: diamante a lapidar - O rei do Congo - O rádio-motor - Hermismo - Um novo 'frisson" - Cartas de Paris - A conquista do azoto

A primeira edição de A Onda Verde saiu em 1921 pela Monteiro Lobato & Cia. São reportagens sobre a "onda verde" dos cafezais a cobrir as terras agricultáveis de São Paulo. O "Choque das raças" foi publicado em 1926, em vinte partes, no jornal A Manhã, onde Lobato era colaborador, e no final desse mesmo ano lançado em livro pela Editora Nacional.
Duas décadas mais tarde seria reeditado com o título de O Presidente Negro ou O choque das raças (romance americano do ano 2228). Em 1935, foi publicado na Argentina pela Editorial Claridad. Em 1948, quando a Brasiliense editou as obras completas, juntou os dois num só volume. Lobato escreveu O Choque pensando em lançá-lo nos Estados Unidos, porém lá acharam que era conflitivo. É seu primeiro e único romance. O que mais chama a atenção no livro é a capacidade de Lobato desvendar o futuro. Ele mesmo diria mais tarde que os Estados Unidos que ele descreveu no livro são os Estados Unidos que ele depois ficou conhecendo. Em A Onda Verde, descreve o papel do "grilo" na ocupação territorial de São Paulo e sua indignação com o Homo sapiens por seus crimes sociais e ecológicos, lançando um apelo a todos os animais: "Animais todos da terra, uni-vos..."
Crônicas e artigos de A Onda Verde:
A onda verde - O grilo - A lua córnea - O incompreendido - Veteranos do Paraguai - Os eucaliptos - Os tangarás - O pai da guerra - Homo Sapiens - Luvas - Dramas de crueldade - Dialeto caipira - Os livros fundamentais - Condes - Uruguaiana - O dicionário brasileiro - O 22 da Marajó - A arte americana

Com o subtítulo "Reações mentais dum ingênuo", a primeira edição data de 1933, pela Editora Nacional. É o estado d'alma do autor nos tempos da presidência de Bernardes e começo da de Washington Luís. Nas obras completas, o livro é acrescido de escritos de épocas anteriores e/ou posteriores a esse tempo, o que os editores justificam pela necessidade de equilibrar a matéria dos vários volumes. Neste livro, diz o prefaciador da primeira edição (talvez o próprio Lobato) "está enfeixada uma série de reações ocorridas num período bem atormentado da vida brasileira. Todos sentíamos um terrível e indefinível mal ambiente. Um cheiro de fim. Era a República Velha que ia agonizando na presidência de Bernardes"...
Conteúdo:
Manuelita Rosas - O primeiro livro sobre o Brasil - País de tavolagem - O hipogrifo - Fala Jove - Uma opinião de M Jerôme Coignard - Bacilos vírgula - Idéias russas - Doloi Stiid - O drama do brio - Literatura de cárcere - Novo Gulliver - O Pátio dos Milagres - Vatel - O nosso dualismo - Herói nacional - A feminina - O bocejo de leoa - Catulo: voz da terra - Justiça oxigenada - As cinco pucelas - A moda futura - Plágio post-mortem - Amigos do Brasil - O inimigo - A rosa artificial - O perigo de voar - Forças novas - Em pleno sonho - A influência americana - Krishnamurti - O direito de secessão - O grande problema - A grande idéia - O armistício de Catanduva - O bombardeio de São Paulo - O cabeça chata - O despique - Euclides, um gênio americano - A mata virgem - Ariel e a Rainha Mab - Uma visita a Guiomar Novais - O saco de carvão - D. Bosco e o petróleo - Estradas - A pucela de Indiana - Azoteida

O Escândalo do petróleo foi escrito e publicado em 5 de agosto de 1936 pela Editora Nacional. Os 5 mil exemplares sumiram como pão quente. Em 14 de agosto, soltaram uma segunda edição com mais 5 mil que também desapareceram, levando os editores a lançar a terceira edição, com dez mil exemplares.
O livro tinha uma dedicatória às Forças Armadas brasileiras: "Exércitos, marinhas, dinheiro e mesmo populações inteiras nada valem diante da falta de petróleo". O livro é um protesto indignado contra a burocracia federal que "não perfura, nem deixa que se perfure" para encontrar petróleo, e uma denúncia à ação das grandes empresas estrangeiras assim como à submissão de nossas elites aos interesses delas. Quando reunido nas obras completas da Brasiliense, esse livro já estava na sua décima edição. O Ferro completa esse volume com o relato da luta de Lobato para o uso de soluções brasileiras para a exploração do minério do ferro. Para ele, Volta Redonda não era a solução mais apropriada, e defendia que o grande futuro da nossa siderurgia estava na redução dos óxidos de ferro em baixa temperatura. A primeira edição desse livro é de 1931 e foi outro grande sucesso de vendas. No prefácio do volume que reúne esses dois livros, o editor, Caio Prado Jr., destaca que "o seu pensamento (de Lobato) não ficou pairando no mundo dos sonhos e dos projetos e prédicas. Transformou-se em ação; e seu ideal de melhorar a sorte do povo brasileiro, de regenerar o seu Jeca Tatu, materializou-se num negócio de grandes perspectivas e amplas possibilidades".

A primeira edição de Mister Slang e o Brasil - colóquios com o inglês da Tijuca - foi publicada pela Editora Nacional, em 1927. Slang é o velho inglês que, em longos bate-papos com um carioca, vai tecendo críticas ao modo de governar brasileiro e denúncias aos males da ditadura de Bernardes...
Problema Vital reúne série de artigos publicados em O Estado de São Paulo em 1918, e tem como epígrafe: "O Jeca não é assim: está assim". Aqui Lobato resgata a figura do caboclo e reafirma sua fé no brasileiro, impedido de construir uma grande nação por uma elite predadora. Suas denúncias sobre o estado da saúde do povo provocaram grande repercussão na opinião pública, obrigando o governo a adotar providências.
Sumário:
1º parte, Mr Slang - advertência - Da balbúrdia de idéias - Da maçaroca - De outras opiniões do Manoel - Do cruzeiro e outras miudezas - Do carpinteiro de Southdown - Do período ciclônico - Da indústria da repressão - Da camisola de força - Da proteção à incompetência - Do capítulo que faltou - Da Estrada Alegre - Dos direitos imorais - Do parasitismo camuflado - Da cabeça e da mão - Da importação de cérebro - De frutas e livros - Dos ladrões - Do suplício da senatoria - Das elites - Dos trinta homens - Nota final. 2º parte, Opiniões - Psicologia do jornal - Audiências públicas - O padrão - A moeda de borracha - Gânglios pensantes - A cegueira naval - Loucura - Guerra do livro - Artur Neiva - Resignação - A morte do livro - A desencostada - Assessores - Vacas magras e gordas - A maravilha do Calabouço - O quarto poder - Honni soit. 3º parte, Problema Vital - A ação de Osvaldo Cruz - Dezessete milhões de opilados - Três milhões de idiotas - Dez milhões de impaludados - Diagnóstico - Reflexos morais - Primeiro passo - Déficit econômico, função do déficit da saúde - Um fato - A fraude bromatológica - Início de ação - Iguape - A casa rural - As grandes possibilidades dos países quentes - Jeca Tatu

Neste livro, Lobato revive o personagem inglês Mr. Slang e com ele percorre os Estados Unidos, mostrando a pujança daquele país, tecendo comparações, buscando soluções que possam servir para tirar o Brasil do atraso. Depois de passar 4 anos nos Estados Unidos, Lobato volta ao Brasil para dedicar-se inteiramente à luta pelo petróleo e pelo ferro. A primeira edição foi lançada pela Editora Nacional em 1932.
Sumário:
36 capítulos - Advertência - O voto secreto

A primeira edição de Mundo da Lua saiu em 1923 e reúne escritos de Lobato em um diário de sua juventude. Na edição das obras completas, foram acrescentados outros escritos posteriores, que ajudam a compreender a mocidade do autor. Miscelânea, também acrescentado a esse volume, contém série de artigos sobre pessoas e impressões sobre viagens pelo interior do Brasil.
Sumário:
Primeira parte, Mundo da lua - trechos de um diário. Segunda parte, Fragmentos - trechos de um diário. Terceira parte, Miscelânea - Traduções - Processos americanos - Primeiro amor - A dourorice - Alice in the Wonderland - O segredo de bem escrever - Fim do esoterismo científico - Pearl Harbour - Pelo Triângulo Mineiro - Paulo Setúbal - Moeda regressiva - La moneda rescindible - Planalto - Um romance que prenuncia outro - De São Paulo a Cuiabá - A cidade dos pobres - Júlio César da Silva - Apelo aos nossos operários - A geada - Mais estradas - Jesting Pilate - Quem é esse Kipling? - Machado de Assis

Com a epígrafe "Quarenta anos de correspondência literária entre Monteiro Lobato e Godofredo Rangel". Vai de 1903 a 1948. O próprio Lobato se espanta: "quarenta anos do mesmo amigo e mesmo assunto, que fidelidade... E a conseqüência foi se tornarem uma raríssima curiosidade". Lançada em 1943, é a última obra de Lobato na Editora Nacional.
O autor explica que carta não é literatura, é algo à margem da literatura... Porque literatura é uma atitude - é a nossa atitude diante desse monstro chamado público, para o qual o respeito humano nos manda mentir com elegância, arte, pronomes no lugar e sem um só verbo que discorde do sujeito. O próprio gênero memórias é uma atitude: o memorando pinta-se ali como quer ser visto pelos pósteros - até Rouseaau fez assim - até Casanova.... Mas cartas não... Carta é conversa com um amigo, é um duo - e é nos duos que está o mínimo de mentira humana.

O enorme sucesso de Lobato como escritor fazia com que fosse constantemente procurado por intelectuais e escritores, que queriam associar seus nomes ao de Lobato para conquistar o público, e por jornalistas de todas as partes, principalmente durante a ditadura. Lobato dizia que se responsabilizava unicamente pelas entrevistas escritas de seu próprio punho. Como nunca estava satisfeito com as versões publicadas, parou de receber jornalistas. Esse volume, com prefácio de Marina de Andrade Procópio de Carvalho, reúne 20 prefácios e 17 entrevistas.
Sumário:
prefácio de Marina de Andrade Procópio - Prefácios (para os seguintes livros): Ipês, de Ricardo Gonçalves - Antologia de contos humorísticos - Seleta de contos brasileiros, organizada por Lee Hamilton - Contas de capiá, de Nhô Bento - Éramos seis, da Sra. Leandro Dupré - Luta pelo petróleo, de Essad Bey - Aspectos de nossa economia rural, de Paulo Pinto de Carvalho - Diretrizes para uma política rural e econômica, de Paulo Pinto de Carvalho - Nos bastidores da literatura, de Nelson Palma Travassos - Serpentes em crise, de Afrânio do Amaral - Nós e o universo, de Urbano Pereira - Bio-perspectivas, de Renato Kehl - Gilberto Freyre, de Diogo de Melo Menezes - Cartas para outros mundos, de Álvaro Eston - O pecado original, de Rocha Ferreira - Falam os escritores, de Silveira Peixoto - A sabedoria e o destino, de Maurice Maeterlinck - Uma revolução econômico-social, de Otaviano Alves de Lima - Prefácio de paraninfo na formatura de contadores de uma escola de comércio - carta-prefácio aos Poemas atômicos, de Cesídio Ambrogi. Entrevistas: O Brasil às portas da maior crise de sua história - Inglaterra e Brasil - Um governo deve sair do povo como o fumo sai da fogueira - Entrevista com Silveira Peixoto - Resposta a uma "enquete" da Mocidade Paulista - Faz vinte e cinco anos... - Monteiro Lobato fala sobre o problema judaico e outros assuntos - Insultos ao Brasil - Eu sou um homem sem função - Entrevista ao Correio Paulistano sobre a beca na Academia Paulista de Letras - As orelhas de Vasco da Gama - Lobato, editor revolucionário - Monteiro Lobato na torre de marfim - Um mundo sem roupa suja ... Que fazer da Alemanha depois da guerra? - Quando era proibido entrevistar Monteiro Lobato.

O "Minarete" era o nome que Lobato e seu grupo de amigos mais chegados davam ao chalé onde realizavam suas tertúlias. Depois serviu para batizar um jornal que seu amigo Benjamim Pinheiro lançou em Pindamonhangaba, para o qual todos colaboravam. O editor reuniu nesse volume das obras completas os textos que Lobato publicara em diversos jornaisinhos na juventude enquanto era estudante de direito.
Conteúdo:
Outrora e Hoje - Juro! - A cor - O charuto - Rubis - Tio Pedrosa - Falta de assunto - Os lambe-feras - Da janela - Fragmento - Como se escreve um conto - A todo transe - A fuga dos ideais - Crônicas teatrais - Tão ingênua! - Diário dum esquisitão - Memórias de um velho - Assombro - Psicologia do sono - Futebol - Na roleta - En Tigelópolis - Sara Bernhardt - Um Giles moderno - A poesia japonesa - O queijo de Minas ou História de um nó cego - Filosofias - Em casa de Fídias - Duas dançarinas

Reúne, segundo os editores, uma pequena parte da colaboração de Monteiro Lobato espalhada por jornais e revistas do país, ou apenas divulgada em pequenos folhetos, além de alguns textos inéditos. Pela leitura desse volume, os leitores podem ter uma visão mais rica da ação de Lobato nos variados setores para onde convergiu seu talento.
Conteúdo:
Prefácio - Conferência em Ubatuba - Conferência em Belo Horizonte - Prefácio a "No Silêncio" - Prefácio a "Minha vida e minha obra" - Sobre poesia e poetas I, II, III - Vida Ociosa - Discurso de agradecimento - Saudação a Horácio Quiroga - Torpilhar - O teatro brasileiro - Fantasia - O mais velho dos escultores: O acaso - Pedro Alexandrinho - O doutor Quirino - O cigarro do Padre Chico - A evolução das idéias argentinas - A hora perigosa - A glória - Estradas de rodagem - São Paulo e o Brasil - Reconstruir a casa - Como países se suicidam - A nossa doença - Confissões ingênuas - Fradique Mendes - Eu tomo o sol - A criança é a humanidade de amanhã - Mensagem à mocidade do Brasil - De quem é o petróleo da Bahia? - Georgismo e Comunismo - O planejamento do futuro - O visconde científico - História do rei vesgo - Entrevista coletiva - Zé Brasil - A última entrevista

Em dois volumes, com prefácio de Edgard Cavalheiro, reúne farta correspondência de Lobato, desde 1895 até 1948. Ao incorporar essas cartas às obras completas os editores quiseram ampliar os subsídios para a compreensão do homem e do escritor. Nas palavras de Edgard Carvalheiro - "Que as novas gerações extraiam destas páginas as lições que elas encerram. Nada do grande homem é sonegado nestas cartas. Elas refletem uma personalidade realmente invulgar. E despida de todo o aparato das biografias. O homem-Lobato está vivo, palpitante, nestes volumes".

O Sacy-Perêrê: resultado de um inquérito é fruto de uma pesquisa promovida por Monteiro Lobato em janeiro de 1917, nas páginas do "Estadinho", apelido da edição vespertina de O Estado de S. Paulo. Sob o título de "Mitologia brasílica", convidava os leitores a colaborar com informações sobre o duende "genuinamente nacional". Procurando fixar características e conteúdo lendário do saci, o inquérito utilizava uma técnica de coleta de dados até então inédita, recorrendo ao questionário como ferramenta de investigação. A grande receptividade da iniciativa levou Lobato a organizar os depoimentos em livro. Ressaltando acreditar tratar-se de produto de boa vendagem, explicou ao amigo Godofredo Rangel, seu mais assíduo correspondente, que a publicação, com cerca de trezentas páginas e tiragem inicial de dois mil exemplares, viria assinada sob o pseudônimo de "Um Demonólogo Amador". E ironizou o fato de sua estréia literária ocorrer por meio de uma obra não-assinada, repleta de material de terceiros. Autofinanciado por Monteiro Lobato, que nele colocou anúncios especialmente desenhados por Voltolino para viabilizar a impressão, o livro foi lançado no começo de 1918, quando a Primeira Guerra Mundial atravessava uma de suas fases mais trágicas. Não é à toa que, na introdução, Lobato esclarece ter recuperado a imagem alegre do saci para servir de contraponto à "carniçaria" deflagrada quatro anos antes. Com esse resgate, ele questionava o conceito de civilização nos moldes franceses que as elites brasileiras insistiam em reproduzir. E demonstrava a necessidade de se aprofundar os estudos sobre as lendas, crendices e costumes brasileiros, para que pudéssemos conhecer mais sobre nossa cultura. Monteiro Lobato não incluiu O Sacy-Perêrê: Resultado de um inquérito, sua primeira experiência como editor, na obra completa que organizou para a Brasiliense em meados da década de 1940. Raridade bibliográfica, foi relançada em 1998 em fac-símile fora de comércio, com tiragem de 5 mil exemplares para distribuição gratuita às bibliotecas, no âmbito do Projeto Memória, patrocinado pela Odebrecht e Fundação Banco do Brasil, que celebrou o escritor no cinqüentenário de sua morte.

LITERATURA INFANTO-JUVENIL DE MONTEIRO LOBATO

Literatura infanto-juvenil
Ilustração de André Le Blanc (clique para ampliar)
1 – Reinações de Narizinho
O Circo e o Cavallinho (clique para ampliar)Reinações de Narizinhio [ilustr. de Jean G. Villin, 1931] (clique para ampliar)Reinações [ilustr. para guardas de Jean G. Villin] (clique para ampliar)
Reinações, 1931, Narizinho e o Príncipe Escamado, Villin (clique para ampliar)
O Pó de Pirlimpimpim (clique para ampliar)O Gato Felix (clique para ampliar)
O livro-mãe, a locomotiva do comboio, o puxa-fila. A saga do Picapau Amarelo começa. Aparecem Narizinho, Pedrinho, Emília, o Visconde, Rabicó, Quindim, Nastácia, o Burro Falante... e o milagre do estilo de Monteiro Lobato vai tramando uma série infinita de cenas e aventuras, em que a realidade e a fantasia, tratadas pela sua poderosa imaginação, misturam-se de maneira inextrincável - tal qual se dá normalmente na cabeça das crianças. O encanto que as crianças encontram nestas histórias vem sobretudo disso: são como se elas próprias as estivessem compondo em sua imaginativa, e na língua que todos falamos nessa terra - não em nenhuma língua artificial e artificiosa, mais produto da "literatura" do que da espontaneidade natural (1931).

2 – Viagem ao céu e O Saci
Viagem ao céu, 1ª edição, 1932 [capa de J.U.Campos] (clique para ampliar)
O Sacy (clique para ampliar)
O Sacy, ilustração de Voltolino (clique para ampliar)
Pedrinho consegue obter uma boa dose do pó de pirlimpimpim, o pó mágico que transporta as criaturas a qualquer ponto do Espaço e a qualquer momento do Tempo. Distribuindo pitadas a Narizinho, Emília, Visconde, Nastácia e o Burro Falante, empreende a viagem ao céu astronômico. Vão parar na Lua, onde tia Nastácia vira cozinheira de São Jorge, enquanto os outros visitam Marte, Saturno e a Via Láctea, onde encontram o Anjinho de Asa Quebrada. Enquanto brincam no espaço sideral, vão aprendendo noções de astronomia. Só voltam de lá quando dona Benta os chama com um bom berro: "Já pra baixo, cambada!". Na segunda parte, "O Saci", desenvolve-se a estranha aventura vivida por Pedrinho que conseguiu pegar um saci com a peneira e conservá-lo preso numa garrafa. O diabinho de uma perna só proporciona ao garoto ensejo de conhecer a vida noturna e fantástica das matas - com visões da Mula Sem Cabeça, da Caapora, do Lobisomem, do Boitatá, e das principais criações mitológicas do nosso folclore (1932).

3 – Caçadas de Pedrinho e Hans Staden
Aventuras de Hans Staden (clique para ampliar)
As caçadas de Pedrinho (clique para ampliar)
(clique para ampliar)
Pedrinho organiza uma caçada de onça e sai vitorioso, como também sai vitorioso do ataque das onças e outros animais ao sítio de dona Benta. Depois encontra um rinoceronte, fugido de um circo do Rio de Janeiro, que se refugiara naquelas matas - um animal pacatíssimo do qual Emília tomou conta, depois de batizá-lo de Quindim. Completa o volume a narrativa feita por dona Benta das célebres aventuras de Hans Staden. Esse aventureiro alemão veio ao Brasil em 1559 e esteve nove meses prisioneiro dos tupinambás, assistindo a cenas de antropofagia e à espera de ser devorado de um momento para outro. Mas se salvou e voltou para a Alemanha. Lá publicou o seu livro: o primeiro que aparece com cenário brasileiro e um dos mais pungentes e vivos de todas as literaturas (1933).

4 – História do mundo para as crianças
História do mundo para crianças (clique para ampliar)
Este livro de Monteiro Lobato teve uma aceitação excepcional. Nele o autor trata da evolução humana, e da história da humanidade no planeta, na organização clássica de todas as "histórias universais", mas escrita de modo extremamente atrativo, como um verdadeiro romance posto em linguagem infantil. As crianças lêem avidamente esse livro, como lêem as histórias da carochinha (1933).

5 – Memórias da Emília e Peter Pan
Peter Pan (clique para ampliar)
Memórias da Emília, 1ª edição, 1936 [capa de Belmonte] (clique para ampliar)
Memórias da Emilia [ilustr. J. U. Campos] (clique para ampliar)
Emília, a terrível Emília, resolve contar suas memórias, ditando-as ao Visconde de Sabugosa. Das memórias de Emília sai o episódio, tão vivo e interessante, da visita das crianças inglesas ao sítio de dona Benta, trazidas pelo velho almirante Brown. Vieram para conhecer o Anjinho de Asa Quebrada, que Emília descobriu na Via Láctea, durante a Viagem ao Céu. Emília conta tudo - o que houve e o que não houve; e vai dando as suas ideiasinhas sobre tudo - ou a sua filosofia, que muitas vezes faz dona Benta olhar para tia Nastácia, e murmurar: "Já viu, que diabinha?". Na segunda parte, "Peter Pan", dona Benta recebe o famoso livro de John Barrie e o lê à sua moda para as crianças. Durante a leitura, às vezes interrompida por cenas provocadas pelos meninos e sobretudo pela Emília, ocorre o caso do desaparecimento da sombra da tia Nastácia. Quem furtou a sombra da pobre negra? O Visconde é posto a investigar, e como é um excelente Sherlock, descobre tudo: artes da Emília... (1936).

6 – Emília no país da gramática e   Aritmética
da Emília
Emilia no País da Gramática (clique para ampliar)
Aritmética da Emilia (clique para ampliar)
Temos aqui uma das obras-primas de Monteiro Lobato e o mais original de quantos livros se escreveram até hoje. Lobato representa a língua como uma cidade, a cidade da Gramática, e leva para lá o pessoalzinho do sítio, montado no rinoceronte. E é esse paciente paquiderme o gramático que tudo mostra e explica. Há a entrevista de Emília com o venerando Verbo Ser, que é pura criação. E a reforma ortográfica, que Emília opera à força, com o rinoceronte ali a seu lado para sustentar suas decisões, constitui um episódio que não só encanta as crianças pela fabulação como ensina as principais regras da ortografia. Na Aritmética da Emília, Monteiro Lobato usa do mesmo recurso e consegue, a partir de matéria tão árida como a aritmética, transformar o velho Trajano numa linda brincadeira no pomar. O quadro-negro em que faziam contas a giz era o couro do Quindim... (1934).

7 – Geografia de Dona Benta
Geografia de Dona Benta (clique para ampliar)
Em vez de estudar geografia nos livros, como fazem todas as crianças, o pessoalzinho do sítio embarca no navio "O terror dos Mares" e sai pelo mundo afora, a "viver" geografia. E a geografia, aquele estudo penoso e às vezes tão sem graça, torna-se uma aventura linda, com paradas em inúmeros portos e descidas em terra para ver as coisas mais notáveis de todos os países. É brincadeira das mais divertidas e preciosíssimo curso de geografia (1935)

8 – Serões de Dona Benta e História das
invenções
Serões de D. Benta, 1ª edição 1937 (clique para ampliar)
História das Invenções (clique para ampliar)
Certo dia, dona Benta resolve ensinar física aos meninos, e em vários serões faz um verdadeiro curso da matéria, melhor que quando feito, penosamente, nos colégios. A física perde a sua secura. Os diálogos, os incidentes, as constantes perguntas dos meninos e as ocasionais maluquices da Emília, amenizam o processo do aprendizado (1937).

9 – D. Quixote das crianças
D. Quixote das Crianças (clique para ampliar)
As famosas aventuras de D. Quixote de la Mancha e de seu gordo escudeiro, Sancho, são aqui contadas por dona Benta, naquele modo de contar histórias que é só dela. Emília entusiasma-se com o herói e em certo momento resolve imitá-lo - e armada dum cabo de vassoura, feito lança, investe contra as galinhas do quintal. E tantas faz, que tia Nastácia teve que agarrá-la e prendê-la numa gaiola, como aconteceu com o herói da Mancha na sua loucura... (1936).

10 – O poço do Visconde
O poço do Visconde (clique para ampliar)
Um livro interessante em que a geologia, sobretudo a geologia especializada do petróleo, é exposta ao vivo e com profundo conhecimento da matéria. O Visconde vira geólogo, faz conferências, ensina a teoria e depois passa à prática, com a abertura de poços de petróleo nas terras do sítio de dona Benta. E tão bem são conduzidos os estudos geológicos e geofísicos, que a Companhia Donabentense de Petróleo, fundada pelo pessoal do sítio, consegue abrir o primeiro poço de petróleo do Brasil: o Caraminguá nº 1. É o livro pelo qual Monteiro Lobato leva sua campanha pelo petróleo aos leitores infanto-juvenis, como havia feito com os adultos em O Escândalo do Petróleo (1937).

11 – Histórias de tia Nastácia
Histórias de Tia Anastácia (clique para ampliar)
São as histórias mais populares do nosso folclore, contadas por tia Nastácia e comentadas pelos meninos. Nesses comentários, no fim de cada história, Pedrinho, Narizinho e Emília revelam-se bem dotados de senso crítico, e "julgam" as histórias da negra com muito critério e segurança. É um livro que "ensina" a arte da crítica - lição que pela primeira vez um escritor procura transmitir às crianças (1937).

12 – O Picapau Amarelo e a reforma da
natureza
O Picapau Amarelo (clique para ampliar)
A reforma da natureza (clique para ampliar)
Dona Benta adquire todas as terras em redor do sítio para atender a uma solicitação prodigiosa: os personagens das fábulas resolveram morar lá. Branca de Neve com os sete anões, D. Quixote e Sancho Pança, Peter Pan e os meninos perdidos do País do Nunca, a Gata Borralheira, todas as princesas e príncipes encantados das histórias da carochinha, os heróis da mitologia grega, tudo, tudo que é criação da Fábula muda-se com armas e bagagens para o Picapau Amarelo, levando os castelos, os palácios, as casinhas mimosas como a de Chapeuzinho Vermelho e até os mares. Peter Pan transporta pra lá até o Mar dos Piratas. Acontecem maravilhas; mas no casamento de Branca de Neve com o príncipe Codadad, o maravilhoso sítio é assaltado pelos monstros da Fábula - e no tumulto tia Nastácia desaparece...(1939).

13 – O Minotauro
O Minotauro, capa de Belmonte (clique para ampliar)
Neste livro desenrolam-se as aventuras de Pedrinho, do Visconde e da Emília na Grécia Heróica, para onde foram em procura de tia Nastácia. Acontecem mil coisas, e afinal descobrem o paradeiro da negra, graças à ajuda do Oráculo de Delfos. Estava presa no Labirinto de Creta, nas unhas do Minotauro! Mas tia Nastácia já havia domesticado o monstro, à força de bolinhos e quitutes; deixara-o tão gordo que os meninos puderam entrar no Labirinto e salvá-la sem que ele, espapaçado no trono, pensasse em reagir...(1937).

14 – A chave do tamanho
A Chave do Tamanho (clique para ampliar)
Talvez o mais original dos livros de Monteiro Lobato. Emília, furiosa com a Segunda Guerra Mundial, resolve acabar com ela. Como? Indo à Casa das Chaves, lá nos confins do mundo, e "virando" a Chave da Guerra. Mas comete um erro e em vez da Chave da Guerra vira a Chave do Tamanho, isto é, a chave que regula o tamanho das criaturas humanas. Em conseqüência, subitamente, todas as criaturas humanas do mundo inteiro "perdem o tamanho", ficam de dois, três centímetros de estatura - e Lobato conta o que se seguiu. Trata-se de um livro rigorosamente lógico, e que transmite às crianças o senso da relatividade de todas as coisas (1942).

15 – Fábulas
Fábulas, capa (clique para ampliar)
Fábulas, o mundo da fantasia [A pena de papagaio, 1ª ed] (clique para ampliar)
Neste livro Monteiro Lobato reescreve as velhas fábulas de Esopo e La Fontaine, mas de modo comentado. A novidade do livro está justamente nestes comentários, em que as fábulas são criticadas com a maior independência - e Emília chega a ponto de "querer linchar" uma delas, cuja lição de moral pareceu-lhe muito cruel. Um livro encantador, em que o gênio dos velhos fabulistas é singularmente realçado pelos diálogos entre os meninos, que a inventiva de Monteiro Lobato vai criando com a maior agudeza e frescura (1922).

16/17 – Os doze trabalhos de Hércules
Os 12 Trabalhos Hércules (clique para ampliar)
Hércules no templo de Apolo (clique para ampliar)
Pela primeira vez em todas as literaturas, os famosíssimos trabalhos de Hércules - o mais belo romance fantástico da Antigüidade Clássica - são narrados à maneira moderna - e vivificados pela colaboração de Pedrinho, Emília e o Visconde de Sabugosa. Esses três heroisinhos modernos vão para a Grécia, a fim de acompanhar as façanhas de Hércules - e o fazem tomando parte nelas e muitas vezes salvando o grande herói. Das aventuras ressalta a lição moral: o valor e a superioridade da inteligência expontânea, viva como azougue e sempre vitoriosa (1944).